quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

LONGEVIDADE CADA VEZ MAIS REALIDADE E QUALIDADE DE VIDA AINDA MAIS NECESSÁRIA

Estamos vivendo mais diz o IBGE. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a expectativa de vida da mulher brasileira alcançou 78,3 anos e do homem, 71 anos em 2012. 
Se a tendência de crescimento da população com mais de 60 anos se mantiver constante, o Brasil deverá alcançar, segundo as previsões do IBGE, um universo de 64 milhões de sexagenários em 2050, ou 24,66% da população. Os números impressionam, pois em 2005, apenas 9% da população tinha mais de 60 anos de idade, ou seja, 16,3 milhões. O aumento da expectativa de vida do brasileiro é um fato comprovado pelos censos anuais. Atualmente, ser um sexagenário e chegar a ser um octogenário não chega a ser uma grande proeza, mas um desdobramento de uma série de conquistas médicas, sociais e tecnológicas. Esta é a conquista  de um sonho muito antigo da humanidade. O de viver mais e melhor.
Uma pesquisa com dois macacos rhesus de 25 anos de idade apresentou alguns indicadores que apontam para uma possibilidade de se retardar o envelhecimento; esta pesquisa foi feita comparando os resultados de uma dieta com restrição calórica contra uma dieta através de ração em farta quantidade.

 A restrição calórica sem desnutrição pode mesmo retardar o envelhecimento, pelo menos é o que mostram muitos estudos científicos, tanto em animais, quanto em humanos. Em 2006, o primeiro estudo em humanos submetidos à restrição calórica durante 6 meses foi realizado no estado americano de Louisiana pelo Dr. Eric Ravussin e sua equipe. Eles encontraram dois marcadores de longevidade positivamente relacionados à intervenção nutricional de baixas calorias. Os pacientes foram submetidos à redução calórica de até 25% da deita. Esse efeito parece ocorrer devido à redução do metabolismo basal e, consequentemente, da produção dos radicais livres. Além disso, essa intervenção nutricional pode levar a mudanças na demanda hormonal, principalmente de insulina, bem como interferências na função neuroendócrina e resposta ao stress. Isso pode parecer estranho, mas já existe marcadores laboratoriais e clínicos desses efeitos.

Esta teoria não preconiza atitudes extremas, não ensina a reduzir drasticamente calorias e nutrientes, não pretende deixar ninguém desnutrido. Até porque também é bom lembrar que os extremos de magreza também estão relacionados à maior incidência de doenças crônicas, ao câncer e ao aumento da mortalidade por essas causas. A teoria da menor ingestão de calorias tenta elucidar e explicar o porquê do envelhecimento. É um ponto de partida para começar a entender a vida e as possibilidades de preservá-la com mais qualidade.

Comer pouco parece benéfico, enquanto comer muito, já não existe dúvida, é maléfico. O sobrepeso e a obesidade são problemas sérios em todo o mundo e estão associados às alterações na insulina, nas gorduras do sangue, no aparecimento da aterosclerose e do câncer. Comer corretamente pode parecer uma tarefa impossível nos dias de hoje. O tempo é curto, a ansiedade generalizada e as informações são, muitas vezes, simplistas e tendenciosas, idealizando alguns alimentos e difamando outros. Esquecemos da premissa que, em Nutrição, não existem alimentos ruins, e sim dietas inadequadas.

A maioria das doenças crônicas tem nos alimentos a sua mais valiosa arma terapêutica. Qualquer livro de clínica médica descreve o tratamento das doenças sempre começando pela dieta e recomendação sobre hábitos e atividade mais adequadas para cada indivíduo. Assim é com o diabetes, com a hipertensão arterial, com a aterosclerose, com as doenças cardiovasculares, com a obesidade e com as doenças inflamatórias em geral, com as complicações da elevação do ácido láctico, com os cálculos do trato urinário, com as alergias e intolerâncias alimentares e uma lista interminável de males, nos quais a dieta interfere diretamente no tratamento.

Nesse cenário, vale a pena investir em um estilo de vida saudável através de escolhas adequadas que facilitem a manutenção de nosso equilíbrio metabólico. Entre elas a obstinada busca pelo peso ideal através de alimentação saudável e atividade física. Além de um maior conhecimento sobre os benefícios dos alimentos para nos manter saudáveis e realizar atividade física adequada ao perfil físico e preferência individual, devemos procurar nas novas tecnologias como um meio para a obtenção de todos os benefícios oferecidos para nosso bem estar e equilíbrio.

Entender como funciona o corpo humano e o processo de envelhecimento é mais eficaz do que buscar a fórmula da juventude, pois nunca na história evolutiva do ser humano houve a expectativa de se viver mais de 60 anos, como há agora. Por isto, devemos planejar como queremos viver esse tempo a mais, lembrando que fundamental é querer viver bem todos os anos que teremos pela frente, não aceitando de forma passiva os acontecimentos, participando ativamente do processo de envelhecimento.

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